quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Bons ventos do sul

Nos idos dos anos 70 e 80, eu era "rato" de lojas de discos. ficava horas fuçando e acabava por descobrir pérolas que, às vezes, passavam despercebidas dos mais atentos. Numa dessas "garimpagens", descobri um vinil de um compositor que eu não conhecia, mas que me pareceu muito interessante. A ficha técnica trazia os nomes de músicos dos quais eu conhecia o trabalho. Cheguei a trabalhar com o Guitarrista Zé Flávio, num show do Projeto Pixunguinha, onde ele acompanhava a dupla Kleiton e Kledir .O cara estava de perna quebrada e tocava sentado com uma strato sunburst e tirava um puta som...tinha também o João Batista Marcos Ariel Charles Charlegre, Raul Mascarenhas, Serginho Boré. Todos músicos "da pesada". Muitas da letras eram do Fogaça, poeta que eu admirava desde os tempos dos ALMÔNDEGAS. Resolvi dar uma ouvida ainda na loja e me encantei com o trabalho. Passados muitos anos, eu estava fazendo um show na sala Baden Powell, no Rio e comentei com a amiga Branca Ramil sobre o vinil do artista gaúcho que eu tivera um dia e não sabia por onde andava... ela falou: é meu primo. Vou tentar conseguir uma cópia p/ tí. Hoje o carteiro entregou no meu apartamento o CD do generoso e talentosoPery Souza, junto com uma carta muito amável. Valeu Pery, Valeu, Branca. Parabéns pela família tão talentosa.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Grande Show em Macapá

Mais uma vez, foi um prazer imenso, poder trabalhar no show do compositores e amigosVal Milhomem e Joãosinho Gomes- festa nota mil! Uma verdadeira maratona, porém, um ambiente de cumplicidade e amizade. A produção, comandada pelo nosso querido Nilson Chaves, os artistas e a aquipe técnica local, nos proporcionaram boas condições, para que o trabalho pudesse fluir de forma satisfatória. Aqui fica um agradecimento especial aos técnicos da equipe de som do Zenor: Paulinho, Cristian e Fernando. Excelentes profissionais, sempre empenhados e solíctos. Parabéns para todos nós, que nos empenhamos para engrandecer a cultura da Amazônia.

Horário eleitoral

A gente bem que cria uma expectativa, mas, a cada período eleitoral, constata-se que o nível piorou. A falta de criatividade impera. Os textos e a direção dos VTs, nem se fala. Dá até saudades do Abdon com as locomotiva Girls naquele barco...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Momentos de um saxofonista

Em Santarém: uma vontade imensa de esganar o astro. No Rio: Só amor pra dar...

Argentina superior

Mais uma vez, o futebol olímpico masculino decepcionou. Já não vinha jogando grandes coisas, quando pegou um adversário jogando um futebol decente, se deu mal. A Argentina foi infinitamente superior, desde o começo do jogo. O descaso com o time olímpico ficou patente com a sua arrumação apenas em cima da hora. Há muito, a CBF se preocupava apenas com a seleção principal, nem mesmo com os times ditos mais fracos das eliminatórias, o Dunga se deu ao luxo de fazer experiências visando a preparação olímpica. Deu no que deu...parabéns, Argentina!

sábado, 16 de agosto de 2008

Justiça?!! - Os diferentes pesos da lei

Em Belém, um músico foi preso portando maconha. A quantia (40g) era levemente superior à que a lei determina como sendo a quantidade para “consumo próprio”. A polícia resolveu, então, enquadrá-lo como traficante, pois tal quantidade possibilitaria a confecção de diversos cigarros que poderiam ser comercializados, segundo o delegado teria declarado aos jornais.
O jovem músico e professor continua enjaulado, conhecendo os maus-tratos e os horrores do cárcere.
Rapidamente, teve a prisão preventiva decretada e sua permanência já supera em muito a permanência de um banqueiro e seus comparsas, que deram um imenso prejuízo, roubando e iludindo a nação brasileira. Para os banqueiros, rapidamente o supremo concedeu um habeas corpus e ainda ouvimos muitas manifestações contra um dito “estado policialesco”, que seria inadmissível, coisa que, para alguns, lembrava os tempos da ditadura.
Conheço bem o jovem músico e professor: Tranquilo, um excelente músico, um cidadão pacato que não oferece e nunca ofereceu o menor perigo para a sociedade. É bem verdade que tenha transgredido a lei, portando uma substância que ainda é considerada ilegal. Será que ele deveria ter roubado muitos milhões e tentado subornar o delegado para que a sua liberdade fosse rapidamente providenciada e recebesse discursos favoráveis dos mais altos escalões? O supremo também se manifestou contra o uso desnecessário de algemas, que possivelmente só devem estar valendo para ”homens-de-bem“, que surrupiam fortunas do país. Músicos e professores e defensores dos direitos humanos são classes subalternas, que não merecem tais considerações...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nazaco, a catita e o greencard


O trio Manari fora convidado para participar de um festival de percussão nos Estados Unidos. O evento aconteceria no período do inverno americano, portanto, além da bagagem recheada de instrumentos percussivos exóticos, o trio deveria providenciar também pesados casacos para encarar o rigor do inverno do hemisfério norte. Nazaco, o mais friorento da equipe, fez várias articulações com o intuito de providenciar roupas de frio - quase todas infrutíferas. Nenhuma das peças oferecidas se mostravam adequadas para o frio intenso que a previsão anunciava. Nossos queridos paroaras friorentos já estavam no aeroporto, tristonhos com perspectiva do sofrimento com o frio, quando, finalmente surgiu uma luz no fim do túnel: Uma conhecida de um parente da namorada do Nazaco, apareceu com três casacos. As peças eram imensas e pesadas. O falecido e antigo proprietário era imenso, com mais de 1,90 m de altura. O Nazaco, nosso querido índio, mede exatos 1,60 m. Um tanto quanto grande e com um cheirinho de mofo, mas, chegaram em boa hora.
Ainda em vôo, pouco antes da escala no aeroporto de Miami, o nosso herói dos tambores resolveu experimentar o novo casaco e gostou do calorzinho que ele proporcionou. O bolso era imenso. Tão grande que possibilitou que ele guardasse uma buzina indígena, algo como uma flauta, porém, com uma das extremidades bem larga. O instrumentos produz um som muito agradável e ao mesmo tempo exótico. Já em Miami, após os procedimentos de praxe na alfândega, nosso amigos resolveram descansar num banco, próximo à uma lanchonete. Nazaco, então, resolveu puxar a buzina do bolso do casaco e fazer um som...para espanto do trio percussivo, quando o Nazaco tentou emitir a primeira nota, uma catita (filhote de rato) pulou do instrumento, saiu correndo pelo saguão e entrou em baixo do balcão da lanchonete. após algumas risadas, a situação cômica deu lugar ao pânico...será que as autoridades do rígido controle de imigração e saúde com suas centenas de poderosas câmeras teriam detectado que o nosso herói havia acabado de introduzir uma passageira clandestina nos states? E se eles tivessem percebido, seriam os nossos paroaras detidos na hora do embarque da conexão, e deportados, ou mesmo colocados em quarentena, em cela separada da catita? Felizmente, o tempo passou e o trio tomou o vôo da conexão, chegando ao local do show, onde fizeram uma excelente apresentação, elevando o nome da nossa região e da nossa música.
Meses depois, receberam um cartão postal dos states: A catita agora se chamava Mrs. Juanita Mouse, mudou-se para a ensolarada Califórnia, tinha uma mansão em Beverly Hills e conseguira o greencard após casar-se com o famoso astro do cinema Mickey Mouse. Dentro de dois meses ela daria uma grande festa para inaugurar uma nova ala da mansão e queria o som do Trio Manari para animar a festa...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Grande show em Macapá

No ano passado, tentamos comemorar com um imenso show em Macapá, os 50 anos dos compositores amigos João Gomes e Val Milhomen. Infelizmente, a chuva só permitiu que uma parte do evento fosse realizada. Esperamos que no ano 51, finalmente a boa idéia possa acontecer(tudo a ver). Paulo Moska é um desses artistas, mas tem muito mais: Flávio Venturini, Chico César, Ceumar, Sá, Rodrix e Guarabira, Grupo Senzala, Zé Miguel, Lucinnha Bastos, Mahrco Monteiro, Rafael lima, Walter Freitas , Mario Moraes, Leci Brandão, Juliele... cerca de 60 artistas prestigiando os nossos compositores amazônicos. O show será na Forteleza de São José, em Macapa no dia 14 de agosto

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Contrastes olímpicos

Enquanto o presidente do COB e o Ministro dos esportes vanglorianvam-se do do tamanho da delegação olímpica brasileira, a maior de todos os tempos, somente 12% das escolas municipais brasileira têm, pelo menos, uma quadra de esportes para a garotada praticar algum esporte...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

domingo, 3 de agosto de 2008

Contrastes


Passei o último final de semana das férias em Mosqueiro. Literalmente descançando. Uma virose fortíssima me pegou e eu fiquei de cama. Perdi a praia, o passeio na pracinha, mas não me importei. Mergulhei de cabeça no livro que eu havia levado. Interrompia a leitura apenas eventualmente, para fazer uma comidinha, cuidar dos filhos, enfim, essas coisas imprescindíveis. O ônibus que me trouxe de volta se arrastou em minutos intermináveis na praia do Morubira, a praia dos bacanas, com seus carrões dotados de potentes sistemas de som ( e fábrica de distorção). Parecia que quanto maior era o dinheiro investido no veículo e no som, maior o mau-gosto musical. Tecno-bregas dos mais rasteiros, rimas paupérrimas, atentados gramaticais etc. Testemunhei uma cena estarrecedora: uma jovem tentava falar ao celular exatamente em frente ao porta-mala de um carro que vomitava mais de 120 decibéis de porcaria musical...em breve estará procurando um especialista e constatará uma perda significativa na audição. Tola - não se preocupa nem com quantidade, nem com qualidade.
Finalmente, o nosso ônibus consegui passar por aquele inferno e prosseguimos a viagem em paz. Retomei a minha leitura feliz. Decorrido um tempo notei que uma fiscal da empresa de transportes, solicitava os bilhetes de passagem para fazer a conferência. Ao se aproximar de mim ela comentou:
_ Durante o tempo em que trabalho aquí, é a primeira vez que eu vejo um passageiro mergulhado tão intensamente em sua leitura, ainda mais com um bom livro e um bom autor...
O comentário me tirou a sensação de embrulho no estômago, que o mau-gosto explícito do Murubira havia deixado!