terça-feira, 25 de novembro de 2008

A arte, os ténicos e o serviço público

Como poderemos ter técnicos de qualidade no serviço público, oferecendo salários de fome? É vergonhosa a proposta de se fazer um concurso público oferecendo um salário mínimo ou, no máximo um salário e meio, para uma função que requer conhecimentos específicos, conseguidos com muito esforço, pois na maioria dos casos, não existem cursos de formação a não ser, umas esporádicas oficinas. Temos um outro agravante: Os concursos ficaram emperrados por muito tempo. Foi muito conveniente pros governos (em todas as esferas) manter os funcionários temporários. Hoje , existe uma verdadeira febre de concursos em todo o país. As pessoas, carentes de renda, fazem quase todos que aparecem, ou seja: Muitos dos aprovados, ficam apenas por um breve período e assim que aprovados em concursos com uma melhor remuneração desistem do emprego mal-pago. A aprovação e o curto período exercendo a atividade servem apenas como curriculum. A péssima remuneração não atrai bons profissionais nem tampouco os segura no emprego. Para que estudar sobre princípios de eletricidade, freqüências, operação de mesas de som( ou de iluminação) complexas, nomenclaturas teatrais, enfim, ter um lastro cultural, se o salário é o mesmo, ou muito parecido com o de quem vai apenas pegar no cabo de uma vassoura, com todos o respeito aos profissionais de serviços gerais, que também são muito mal remunerados. Até quando vai perdurar tal situação. Será que os técnicos da nossa querida SEAD não conseguem atentar para detalhes tão óbvios? Até quando vão ignorar o quadro funcional efetivo e consultá-los sobre uma grade curricular atendendo as especificidades das demandas de cada setor que lida com os diversos segmentos da arte? Até quando eles vão ignorar que a parcela do funcionalismo público voltada para a arte tem suas especificidades e que deve se tratada de modo diferenciado em relação aos demais funcionários públicos. Até quando, senhores gestores?

domingo, 16 de novembro de 2008

Across the universe no TMS

A semana foi muito atribulada, porém frutífera. Tive o imenso prazer de trabalhar no espetáculo ACROSS THE UNIVERSE - produzido pela escola de línguas Cultura Inglesa, voltada para os apaixonados pela língua inglesa e mais que isso, para os Beatlemaníacos, como é o meu caso. Além do velho companheiro de guerra, o Jocimar, tive o prazer e o orgulho de trabalhar com dois dos meus filhos: O Felipe deu a maior força no som do monitor, o que resultou em segurança para que eu pudesse fazer o som do PA tranquilo, bem como conforto para os artistas. O espetáculo tinha várias intervenções de sonosplatia e nesse quesito, em especial, o trabalho do Matheus foi fundamental, ele não só se encarregou da sonoplastia, como foi o meu anjo da guarda com o roteiro, já que seria humanamente impossível um bom desempenho com tantas entradas e saidas gerenciadas por uma única pessoa. Fiquei muito feliz. Parabéns, meus filhos. A Direção do Across ficou a cargo do competentíssimo Paulo Fonseca, com coreografia do Fernando Alves, cenários do Faisca e a adaptação do roteiro foi feita pelo professor Henrique Malato. Parbéns equipe!

domingo, 2 de novembro de 2008

Teatro da Paz

Em 1980, a convite do então secretário Olavo Lira Maia, comecei a trabalhar na Secretária de Cultura, lotado no Teatro da Paz, Dirigido pelo nosso querido Maestro Waldemar Henrique, tendo como diretora adjunta a professora Guilhermina Nasser. O som do TP era precário, mesmo assim, ainda era um dos melhores do estado. Logo que entrei, o sistema recebeu algumas implementações, entre elas, uma mesa Gianinni de 20 canais. Era "fantástico". Eu nunca havia trabalhado com uma mesa de som tão grande na minha vida. O TP atendia uma infinidade de eventos, desde colações de grau até grandes espetáculos de dança, musicais e teatrais. Na época em que o Projeto Pixinginha acontecia de segunda a sexta às 18:30, quase sempre tínhamos outro espetáculo em cartaz às 21:00H. Depois de alguns anos, fui transferido para o Teatro Waldemar Henrique, porteriormente fui para o Museu da Imagem e do Som e finalmente para o Teatro Margarida Schivasappa. Ao longo dos anos sempre voltei ao TP, contratado por artistas amigos. Sempre foi um prazer imenso estar no "Casarão", relembrar histórias e estórias
rever os amigos e companheiros dessa longa estrada a serviço da cultura. Uma coisa sempre me incomodou muito: O comportamento do som quando amplificado dentro da sala mais que secular. Podia ser o melhor sistema da cidade, sempre ficava uma ponta de insatisfação. Ouvia-se deferentos sons em diferentes lugares da sala. Com o surgimento do LINE ARRAY, com as suas maravilhosas características de dispersão, finalmente, achei (ainda que em teoria) um sistema ideal para trabalhar no TP, projetando o som de uma forma coerente e uniforme pra grande maioria dos espaços onde se localizam os espectadores. Cheguei a incluir um sistema (DAS-Variant) num projeto idealizado pelo SIT- Sistema Integrado de Teatros. Infelizmente o projeto ainda não foi realizado. No último final de semana, fui contratado para operar o PA do show pesqueiro do Equador, do MAHRCO MONTEIRO. Para a felicidade geral, o sistema era um line array da DAS, empresa espanhola, a mesma fabricante do sistem que projetei parar o TP. Passei as dimensões da sala para que o pessoal da firma proprietária do sistema pudesse inserir no software, afim de definir a angulação correta das caixas e com um pequeno trabalho de alinhamento, pude trabalhar tranquilo. Pela primeira vez, em muitos anos, o som que eu ouvia na mesa de som era praticamente o mesmo ouvido pela platéia, varanda,frisas e camarotes. Parabéns pra todos nós. Só esperamos, que nossos teatro sejam reequipados com a máxima urgência. Nosso público e nossos artistas merecem bons sistemas de som.