sábado, 11 de dezembro de 2010

Dezembro





Mais um ano chega ao seu final, Hora de fazer um balanço... e como sempre, ficamos mais reflexivos, apesar da agitação, conseguimos ficar mais amorosos, como se ganhássemos uma percepção extra, nas nossas relações com o próximo. Dezembro, mês de ganhos e perdas. Quantos presentes o papai Noel me trouxe, quantos ele deixou de me dar, causando algumas frustrações nesse pouco mais de meio século da minha existência? Quantos amigos que estavam distantes reapareceram ? Quantas pessoas queridas se foram e/ ou voltaram nesse período? Ontem, dia 10 de dezembro, uma noite linda, como uma lua em quarto crescente. Um belo presente pros amantes da MPB mais próxima do Pop e do Rock. Zeca Baleiro e Nando Reis no show de natal do Hangar Centro de Convenções em Belém. Além da sua proximidade com o Rock ,Zeca, como sempre fez, confessou mais uma vez a sua proximidade e admiração pela música paraense. Desfilou citações indo de Pinduca a Alípio Martins. O presente extra no show do Zeca é o guitarrista Tuco Marcondes, sempre com um maravilhoso senso de colocação, sempre com o acorde certo no lugar certo, sem exagero de notas ou acordes tronchos, e a frase certa e precisa no lugar certo, tocante em todos os sentidos.
Num dia 10 de dezembro , também, adentrou o palco do Hangar, um certo Nando Reis, repleto de magia e encantamento, pela data tão especial. Mesmo com todo o cansaço da maratona de shows realizados durante o ano e da quase afonia. Nando lembrou que, há exatos 48 anos, o mundo também recebia um presente: Nascia a Nossa querida Cássia Eller, que nos presenteou, em sua breve vida, com belíssimas interpretações. Nando conclamou todos a participar da celebração, cujo feedback aconteceu de imediato. Em conjunto com a lua e uma imensa árvore secular(Samaumeira), Ele consegui conectar todos, num imenso coro. A emoção transbordou, quando numa música que havia sido gravada pela Cássia, recebemos o auxílio luxuoso do Fernando Nunes, que havia tocado com o Zeca Baleiro, e que permaneceu no hangar. De repente, Nando se viu com o Walter Vilaça (guitarra) à sua direta e Fernando Nunes (Baixo), com ambos ele havia participado da gravação do DVD da moça, que naquela ocasião, ocupava o centro do palco... nesse dia , em especial, ela se escondia em alguma das milhões de estrelas que reluziam no céu..... definitivamente uma noite iluminada!
















segunda-feira, 22 de novembro de 2010

We don't need no thought control !

Incorrigivelmente esperançosos, apesar dos pesares. Mais uma vez, aqui estamos nós, depois de uma campanha presidencial ridícula, de baixíssimo nível. Pouco ouvimos sobre propostas e projetos no tal horário eleitoral obrigatório, que insiste em invadir nossos lares sem ser convidado, ridículo da mesma forma que a nossa obrigação de votar. Deveria partir de cada indivíduo a vontade (ou não) de participar do processo, de querer (ou não) participar do processo eleitoral.
Uma neorreligiosidade absurda acabou tomando conta de uma questão que deveria ser de saúde pública, de amparo a mulher. Parecíamos ter voltado à idade média, com ambos tentando escapar da fogueira. O começo dela (a campanha) foi pior ainda: A força dos modernos inquisidores e seus senhores, ainda que parcialmente, conseguiu calar a imprensa. Repugnante constatar que em tempos modernos alguém ainda possa defender o "controle social da midia". A quem se poderia autorgar tal controle, quem seria "O Guardião" Quem nos guardaria do Guardião...do guardião do guardião...A insanidade não só espreita, como também se instala, quando se tenta cercear a liberdade justo para defende-la.
NÃO PRECISAMOS QUE TENTEM CONTROLAR OS NOSSOS PENSAMENTOS!
Ainda assim, temos o tal tesouro que, espero, não vão nos tirar nunca: A tal da esperança!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SERIEDADE?!?


O Brasil é mesmo cheio de surpresas. Talvez, Charles de Gaulle tivesse razão ao afirmar que não somos um país sério. Ao mesmo tempo em que parecemos evoluir em algumas situações, parecendo politicamente correto, em outras, demostramos um imenso atraso e uma grande falta de consciência. Causou uma imensa alegria o expurgo feito com algumas velhas raposas da política nacional nas últimas eleições. Ao mesmo tempo, por ignorância, ou por pirraça, o estado mais rico do Brasil escolheu um palhaço semi-analfabeto para ser o seu representante mais votado na câmara federal. Há alguns anos uma imensa operação da Polícia Federal descobriu e prendeu um banqueiro por suas "jogadas" fraudulentas, inclusive, com uma nobre recusa de uma propina milionária na ocasião de uma prisão. O Banqueiro ficou preso por um curtíssimo período. Recentemente o delegado que liderou a operação foi condenado pela justiça a pegar uma pesada multa e perder o seu cargo... valha-nos quem?!?

sábado, 3 de julho de 2010

Copa do mundo


A tristeza anunciada... nosso futebol foi pequeno, da França e da Inglaterra, menores ainda. A uruca do Mick Jagger foi grande, Os peitos da Larissa Riquelme são grandes. Por um tempo tivemos que aturar a teimosia grande do anão Dunga e a goela grande do Maradona, que também tropeçou, na própria língua... nos salvou de mostrar seu piru pequeno...Bola pra frente!

domingo, 27 de junho de 2010

Até quando o futebol vai continuar, em nome de um romantismo imbecil, sendo atropelado pelas trapalhadas de algumas arbitragens equivocadas? Até quando teremos gols com “La mano de dios”... bolas que entram no gol por mais de um palmo, e escapam da marcação dos juízes, bolas que não entraram e eles confirmam o gol. Até quando teremos que esperar que algumas copas depois, a “justiça divina” se faça presente, como foi o caso do título da Inglaterra em 1966 e a sua eliminação na copa de 2010?

Hoje, em todas as instâncias, a justiça é auxiliada com provas, utilizando todos os recursos materiais possíveis: fotos, vídeos, chips , enfim: A evolução da ciência atuando em benefício do esclarecimento, da busca da verdade, beneficiando os homens de boas intenções, em detrimentos dos mal intencionados, dos que se utilizam de artifícios para tentar burlar os regulamentos estabelecidos.

Um time leva quase quatro anos para ser formado, lutando muito, suando muito. O sacrifício quase sempre é parte do caminho para a glória. Algumas vezes, toda essa luta, todo esse sacrifício se esvai, simplesmente, porque a condição humana, de seres que acreditamos ser bem intencionados torna-se incapaz momentaneamente de julgar corretamente, devido às suas limitações. Que romantismo existe em você treinar exaustivamente, fazer todo um trabalho de motivação, de mobilizar nações e todo esse esforço ficar sujeito a um possível erro de arbitragem?

É simplesmente incompreensível , que os dirigentes do futebol mundial ainda queiram viver na idade da pedra, em nome de um romantismo idiota!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

18 de junho - mais um dia


Mais um dia... Não um dia qualquer, mas um dia especial, como todos, já que eles nunca se repetem. A alusão a data é uma referência nossa, para que possamos manter viva uma lembrança, para que possamos comemorar algo... Assim, 18 de junho nos trouxe um dos gênios da música: James Paul McCartney, que por décadas tem feito a nossa alegria, com suas eternas canções. Essa mesma data nos levou, hoje, José Saramago. Um herói da nossa língua, o único escritor de língua portuguesa a receber um Prêmio Nobel. Fico feliz em saber que ele se tornou imortal, pela obra que escreveu. Não vai passar para a vida eterna, não vai para o paraíso ser recebido por setenta virgens. Seu corpo vai ser cremado, suas cinzas espalhadas no lugar onde ele nasceu...

Algumas citações de José Saramago:

"No fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras duras, mas há que dizê-las."

"Para mim, a Bíblia é um livro. Importante, sem dúvida, mas um livro."

"Penso que não merecemos a vida, penso que as religiões foram e continuam a ser instrumentos de domínio e morte."

"Deus, o diabo, o bom, o ruim, tudo está na nossa cabeça, não no céu ou no inferno, que também inventamos. Não percebemos que, tendo inventado Deus, imediatamente nos escravizamos a ele."

“A Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldades...”

“O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.”

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.”

"Não tenhamos pressa. Mas não percamos tempo."

"A lucidez é um luxo que nem todos se podem permitir."

"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não."

"O único progresso verdadeiro é o progresso moral. O resto é simplesmente ter mais ou menos bens."

"Se começássemos a dizer claramente que a democracia é uma piada, um engano, uma fachada, uma falácia e uma mentira, talvez pudéssemos nos entender melhor."

"É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido."

"Vá cada um aonde possa pelos seus próprios meios: guias e gurus são más companhias."
“Que seria de nós se não sonhássemos?"

“O homem deixou de respeitar a si mesmo quando perdeu o respeito por seu semelhante”.

sábado, 24 de abril de 2010

Brasília e eu


Brasília me persegue: mal eu faço aniversário e logo ela vem e empata comigo. Assim, chegamos nós, aos cinqüenta anos. Alguns desses anos de vida, mais precisamente na minha adolescência, eu passei na capital. Foram dias muitos felizes nessa verdadeira babel dos nossos tempos. Pude fazer parte e testemunhar a salada de culturas, a mistura de sotaques nos seus mínimos detalhes: desde a simples brincadeira de bolinhas- de- gude, passando pelas pipas, pelo bete, pela carniça, até figuras lendárias, já próprias do folclore local, como o famigerado “graminha”, um(ou vários) fiscal sem coração, que confiscava e muitas vezes furava as bolas dos peladeiros, que se atreviam em mostrar o talento futebolístico nas imensas e maravilhosas áreas verdes da cidade. Nós, os pretensos craques dos meados dos anos setenta, tínhamos um campeonato muito importante na cidade. O futebol dente-de-leite podia ser assistido na TV. Sempre aos sábados um programa apresentava um compacto com os melhores lances de várias partidas, para delírio dos atletas e de seus pais babões...
Nesse período, Brasília ainda não tinha revelado uma produção musical própria, porém, já demonstrava uma personalidade, um bom gosto musical naquilo que consumia, com uma cara roqueira, cosmopolita, jovem e moderna . Assim, pudemos Assistir aos Secos e Molhados, Carlos Santana, Jackson Five ...Ouvíamos rádio (ainda AM)trocávamos revistas e fitas cassete: Slade, Novos Baianos,Black Sabbath,Gil, Caetano, Pink Floyd, Chico Buarque, Diana Ross, Marvin Gaye, Yes,Supremes e muitos outros. Já no começo dos oitenta, a qualidade do som melhorou bastante, com a chegada das FM. Até hoje, quando piso na cidade, sempre vem na lembrança a música “Alto astral”, da Cor-do-Som, misturada com o cheiro do café que a minha mãe fazia, e o cheiro próprio das manhãs brasilienses. Simplesmente inesquecível! Também nos anos oitenta, essa geração que já tinha um gosto e percepção mais antenados, passa a ter vida expressão próprias. Assim começam a despontar o Aborto Elétrico, que mais tarde viria a dar origem a Legião Urbana e Capital Inicial, a Plebe Rude, O grupo “Cabeças”,Paralamas do Sucesso, Oswaldo Montenegro, Cássia Eller, Zélia Duncan e mais recentemente o genial chorão Hamilton de Holanda e o rapper Gog. Vale ressaltar, que, como eu, a esmagadora maioria dos citados, não é composta de candangos nativos, e sim, de pessoas que, de alguma forma, adotaram,(e/ou) foram adotados e passaram a amar a cidade. Apesar das mazelas, das diferenças sociais, da robalheira, dos conchavos e maracutaias... Vida longa, Duque catorze, minha querida quadra. Vida Longa Brasília!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Theatro da paz


Ontem, tive o prazer de trabalhar no nosso querido "casarão", como nós, os que lá trabalharam ou ainda trabalham, chamamos o THEATRO DA PAZ. Comecei a minha carreira profissional no estado, a convite do então secretário de cultura, Olavo Lira Maia. No dia 01 de Junho de 1980, eu ingressava no quadro de funcionários do TP. Lá, tive a oportunidade de trabalhar em grandes espetáculos, com alguns dos meus ídolos, com algumas das referência da boa música popular(e até erudita) brasileira, nomes importantes do teatro e da dança. Artistas como o grupo vocal BOCA LIVRE, EDU LOBO, EGBERTO GISMONTI,JOÃO BOSCO,SEBASTIÃO TAPAJÓS, NILSON CHAVES, FAFÄ DE BELÉM, FLÁVIO VENTURINI, OLIVIA BYNGTON, RADAMÉS GNATALLI, ELZA SOARES, ELBA RAMALHO, PAULO AUTRAN , BERTA LORAN, BALLET STAGIUM e muitos outros, que sempre evidenciaram um alto grau de qualidade artística aos seus trabalhos. Pois bem. Quase trinta anos passados, o TP sofreu algumas reformas, a qualidade da música ouvidas nas esquinas de Belém sofreu uma imensa degradação. A grande maioria da população tem consumido uma música baixíssimo nível. AS melodias são paupérrimas e repetitivas, as harmonias, nem se fala. As letras ... ah, as letras fazem tremer no túmulo os nossos mestres da literatura já falecidos e quase matam os ainda vivos. Não se trata de ERUDIÇÃO X SIMPLICIDADE, pois temos em todo o estado, uma imensa riqueza cultural, produzida com uma linguagem simples e direta, como no caso da obra dos nossos mestres LUCINDO, VEREQUETE, PINDUCA, WALDEMAR, IZOCA,NILSON CHAVES, VITAL LIMA, MESTRES DAS GUITARRADAS e muitos outros...
Recentemente um programa de televisão resolveu comemorar aniversário, justamente nas proximidades do THEATRO DA PAZ, tendo a sua imagem como plano de fundo, valorizando a tal música avessa ao padrão de qualidade que sempre foi marca do TP e o que é pior, despejando uma grande quantidade de decibéis que sabemos ser prejudicial para um prédio antigo, tombado pelo patrimônio nacional. É como se, inconscientemente, a má qualidade artística arranjasse uma forma de de se vingar...nós não entramos aí, estamos aquí, do lado de fora, mas vamos te abalar...Passados alguns dias. nos deparamos com a notícia do desabamento do forro da entrada do TP. Coincidência? pode ser...apenas penso, que como bons paraenses deveríamos zelar mais pelo nosso patrimônio histórico e ter mais consciência da riqueza da nossa produção cultural...
Onde andará a nossa consciência?
ELA TÁ BEBA DOIDA, ELA TÁ BEBA DOIDA...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


Desde o governo FHC que o projeto para reequipar a Força Aérea Brasileira vem rolando. Nosso antigo mandatário empurrou o projeto FX-1 com a barriga para o seu sucessor. Nossos velhos Mirage III, adquiridos da França atingiram o seu tempo de vida útil, alguns servindo até como almoxarifado, para a reposição de peças dos últimos que ainda conseguiam voar. Numa ação quase desesperada, a FAB acabou pro comprar alguns Mirage 2000, como uma espécie de “caça-tampão” , enquanto o projeto FX-2 (como passou a ser chamada) não era concluído, o planalto central não poderia ficar sem vetores de defesa. Ainda não era o esperado, mas, já era um progresso em relação ao que tínhamos. Juntamente com alguns F5E-BR (antigos caças americanos modernizados) nossa força passava a ingressar no tão falado combate BVR ( além do alcance visual) , onde o míssil é disparado sem que o seu opositor esteja visível a olho nu, sendo detectado apenas pelo radar.
Pouco antes da conclusão dos oficiais da FAB, prevista para outubro, o Presidente Lula, diante do francês Nicola Sarcozi, num palanque, no dia da independência, ele anunciou um acordo estratégico com a França, onde o Brasil compraria a caça francês Rafale e alguns submarinos e em troca os franceses seriam bastantes generosos na transferência de tecnologia e ainda comprariam algumas unidade do avião de transporte militar KC-390, ainda na fase de projeto, concebido pela Embraer. Um “golpe de mestre” segundo alguns observadores mais apressadinhos. Já que os Estados Unidos boicotam sistematicamente as pretenções do Brasil de uma cadeira no conselho de segurança da ONU, nada mal seria uma aliança estratégica com uma potência européia. Tal alarde gerou alguns benefícios: As propostas dos outros concorrentes ficaram ainda mais generosas...
Passado o alarde e as criticas positivas e negativas restava a avaliação técnica da Força Aérea, comenta-se que escolhido pelo presidente não foi eleito na avaliação inicial da FAB, levando-se em conta diversos aspectos, inclusive o off-set. Eis o impasse. É claro que a palavra final é do Sr. Presidente, reforçada pelo seu ministro da defesa – A decisão é política!
Não podemos esquecer a história, nossa velha aliada. Dois dos nossos proponentes, já são tradicionais fornecedores de armas para o Brasil. Os americanos com o maior volume de vendas, na maioria, fornecendo-nos equipamentos de segunda linha, já sem uso nas suas forças. Alem disso, a venda de mísseis de primeira linha sempre foi sujeita a vetos e liberações do congresso americano, conforme o vento dos seus interesses. Justiça seja feita: Todos os acordos e contratos assinados foram cumpridos e honrados. Outra vantagem: O caça que nos é oferecido, é hoje o caça de primeira linha da US Navy, funcionando muito bem, comprovadamente na aviação embarcada, o que seria também benéfico para equipar futuramente a nossa Marinha, trazendo muitas vantagens como um intercâmbio entre a MB e a FAB, como manutenção, simuladores, treinamento etc. Alem disso, os manuais de procedimentos e a documentação fornecida pelos americanos é bastante completa sobre o equipamento fornecido.
Os franceses nos forneceram os Mirage III e agora os Mirage 2000.
Os oficiais mais antigos da Força sabem muito bem das dificuldades dos acordos com os franceses. Foram quase trinta anos de sofrimento com manutenção, armas e peças de reposição para os Mirage III. Felizmente, pouco precisamos deles, alem do evento da invasão do espaço aéreo brasileiro por um avião de transporte cubano, a caminho de Buenos Aires, brilhantemente interceptado por caças da FAB, mesmo com um deles apresentando problemas. A documentação técnica e os manuais de procedimento fornecidos até então sempre foram um tanto superficiais e incompletos. O caça francês oferecido, não só tem o preço mais caro, como também o custo de manutenção e a hora voada mais caros dos três concorrentes ao projeto FX-2. Ou seja: uma fortuna para comprar e uma fortuna para manter.
O concorrente sueco, o Gripen-NG, ainda está em projeto, embora o seu antecessor tenha sido um sucesso. Alguns torcem o nariz para o fato da versão NG ainda ser projeto, sem ter voado. Outros acham tal condição vantajosa, pois poderíamos participar efetivamente ainda na fase inicial de realização do projeto, aumentando o nosso conhecimento e participação em decisões. O fato da Suécia ser um pais que sempre manteve uma certa independência, também é tranqüilizador, com relação a embargos de armas e componentes, embora o Gripen também use mísseis americanos. Alguns críticos do Gripen-NG torcem o nariz para o fato de ele ser monomotor, outros vêem o fator monomotor como uma vantagem- o consumo de combustível é menor, o que contribui, alem de outros fatores, pela a diminuição do custo de hora voada, bem como a manutenção de custo mais baixo.
Até então sabíamos que os três aviões supriam os requisitos da FAB, que a decisão final seria no off-set, ou seja, a transferência de tecnologia e participação no projeto de construção, adaptação e montagem...Agora vêm a tal da “decisão política”- hora de tomada de uma decisão bem pensada, os subsídios estão aí. Bon apetit Presidente!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson


Era maio de 1974 e eu era um adolescente que gostava muito de música. Na medida em que se aproximava o grande show, eu andava cada vez mais tenso. O dia quatro estava chegando e eu não estava nem perto de conseguir metade do mil Cruzeiros exigidos pela caderneta de poupança Colméia,(se não me falha a memória) para que eu pudesse “conseguir “ o ingresso do um dos shows mais esperados do ano: Michael, Marlon, Randy, Tito e Jermaine, ou seja, o Jackson Five em carne e osso, cantando na cidade. O Michel era apenas um ano mais velho que eu, havia um mais novo que ele e era fantástico saber que jovens da minha geração, já faziam sucesso e tinham um encaminhamento profissional e eu nem sabia o que queria da vida.Suas músicas embalavam as nossas festinhas de domingo no PREVI, como chamávamos carinhosamente o clube dos Previdenciários, o qual freqüentávamos na qualidade de “penetras” honorários. Acho que foi a única coisa que eu consegui dançar em toda a minha vida, aquela dança quase parada, muito mais pra amasso,que pra dança. As primeiras tentativas de conquistas amorosas. Como era bom sentir o corpo de uma garota bem juntinho...
O dia quatro passou como uma tormenta. Eu via os meus amigos saindo cedo da “Duque quartorze” , nossa querida super quadra em Brasília, as meninas com as sua melhores roupas, visual caprichado. A marmanjada, todos arrumadinhos, com seus inseparáveis KICHUTES, seus jeans US TOP, ou suas calças de cetim. Com certeza, levando mais uns trocados no bolso para tomar um CRUSH. As mães faziam as últimas recomendações, algumas até da janela dos apartamentos mais baixos. Os pais mais cuidadosos e que tinham carro, levavam pessoalmente seus filhos e filhas pro dito show. Eu ali, embaixo do bloco, liso e desconsolado. Acho que todos foram, não sobrou ninguém (pelo menos visível) para conversar. Fiquei jogando uma partida de xadrez quase interminável, comigo mesmo e o tempo foi passando. O zelador do bloco, um nordestino rabugento ouvia um poderoso rádio TRANSGLOBE , igual ao da minha mãe. Como para aumentar o meu martírio, só tocava preciosidades: ABC,Ben, Music and Me, Got you be there... Ao mesmo tempo em que eram músicas extremamente prazerosas de se ouvir, aumentavam a minha angústia – I’D LIKE TO BE THERE! De repente, uma notícia extraordinária: O equipamento do conjunto Jackson Five embarcou com muito atraso no Rio de Janeiro...(eu dei um pulo , que desarrumou o tabuleiro )... o show de Brasília seria realizado no dia seguinte, às dezoito horas, e o mais importante - de portões abertos... Comecei a dar saltos cada vez maiores e socos no ar, como o Pelé, quando comemorava os seus gols. E olha que ainda teria uma boa grana para os refrigerantes e sanduiches... O zelador não entendeu nada, mas, acho que gostou da minha mudança de humor, que até me ajudou a catar as peças do jogo de xadrez. Mais tarde, fiquei olhando da janela do apartamento a chegada da turma. Eles ainda estavam confusos sobre os acontecimentos. Havia dúvida se no dia seguinte eles teriam apenas o seu dinheirinho na poupança. Eu não falava nada. Simplesmente, fazia um sinal de positivo com o polegar e tinha uma única certeza: no outro dia, eu estaria lá muito cedo.
No dia seguinte, fiz uma coisa que eu nunca tinha feito na vida. Almocei as onze horas da manhã . Ao meio dia eu já estava no Ginásio de Esportes, que, naquela época, ainda nem se chamava Nilson Nelson. Os portões ainda nem estavam abertos oficialmente, mas, já havia algum tumulto e nós fomos tentar uma outra alternativa que pudesse garantir logo a nossa presença no evento: conseguimos pular a janela de um dos banheiros e depois de percorrer os labirintos internos do ginásio, garantimos um bom lugar. Não sei porquê, ainda assim houve atraso, o que aumentava a ansiedade de todos. Para descontrair, a turma entoava algumas paródias e motes, quase todos ofensivos ao pessoal da Asa Norte, que até então era minoria. Nunca me esqueci de uma que era mais ou menos assim: a turma da Asa Norte é que é legal/ só dá menina doida e marginal/ agora eu vou ficar na minha/ vou dançar macumba e jogar minha bolinha... é claro que havia uma outra versão bem mais pesada pra insuportável musiquinha gravada pela dupla Deni e Dino chamada Eu te amo meu Brasil. As brincadeiras já estavam se esgotando e a impaciência chegando quando finalmente apagaram as luzes do ginásio e então deu-se a mágica: luzes coloridas, um som muito mais poderoso que aquele amplificador gradiente lá do PREVI, que nós achávamos até então, o máximo. Os rapazes entraram no palco e uma gritaria ensurdecedora, que momentaneamente ofuscou aquelas toneladas de equipamento, bendito equipamento, que graças a sua permanência demorada no Rio, me permitiu estar ali, naquele momento. Eles começaram com algumas mais rápidas, guardaram as baladas mais conhecidas para o auge do show. Quando o Michael começou a cantar Ben, foi um festival de beijos. Até gente que nem se conhecia entrou na onda do beijo. Eu acabei não sendo premiado, pois estava rodeado de marmanjos, não tinha pelo menos uma feiosa por perto. Nesse dia nem fez muita falta, o fato de estar ali, naquele momento, era o que importava, a magia de um grande show. Mal eu sabia, que seria seduzido por ela pro resto da minha vida. Depois da tempestade, enfim veio a bonança. O meu anjo da guarda havia dado um jeito de me ajudar...
O texto acima é parte de um livro chamado “Um anjo quase da guarda”, que foca, em boa parte a minha adolescência. Eu o iniciei no verão da virada do século, no Rio de Janeiro e ele ainda está inacabado. O processo é lento e eu não tenho pressa.
Hoje, me deparo com a morte do maior ídolo pop mundial. Sua vida passou por muitas transformações, ou melhor: nossas vidas passaram por muitas transformações. Nos anos oitenta, ele despontou com a carreira solo, produzido pelo também genial Quincy Jones.
Seus vídeo clips tornaram-se um divisor de águas e ajudaram definitivamente a estabelecer uma nova linguagem. Daí então, tudo dele tornou-se mega - as produções, de discos e clips, os shows, as transformações físicas, o assédio da imprensa, os escândalos...
Confesso que prefiro a fase inicial, quando ele ainda era negro e tinha uma voz doce, porém, reconheço a importância do trabalho solo, dentro de uma indústria na qual eu também passei a trabalhar. Esperamos, sinceramente, que essa alma supostamente atormentada encontre paz!

sábado, 25 de abril de 2009

Gilberto Gil

Gilberto Gil sempre teve um carinho especial pelo Pará. Há muito tempo atrás, após um show em Belém, resolveu ficar mais uns dias, mais precisamente num casarão antigo em Icoaraci, onde acabou compondo um de seus grandes sucessos chamado REFAZENDA...

Turma do Som

O povo do som rala bastante, mas também tem as suas recompensas. Uma delas é poder trabalhar num clima de cordialidade e companheirismo, como aconteceu no mais recente show do Gilberto Gil em Belém. Na foto, apareço junto com os amigos Leco Possolo e Odorico Nina Ribeiro. O Leco tem uma ligação muito forte com a música paraense. Já Gravou trabalhos com artistas como Nilson Chaves e Almirzinho Gabriel e sempre procurou conhecer a diversidade cultural do Pará....

sexta-feira, 27 de março de 2009

Bacana

"Eu não deveria estar presa, pois não represento risco para a sociedade..." Assim, a bacana, dona da boutique mais chique do país escreveu numa carta. Muito democrática, a moça e sua gang roubava democraticamente: Sonegava altíssimos impostos que serviriam aos pobres,para a saúde, merenda escolar, educação etc, mas também enganava os ricos com suas roupas superfaturadas na hora de vender. Será, mesmo, que ladrões de colarinho branco, longo e salto alto não representam perigo pra sociedade?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Trio Manari no Teatro W. Henrique


Encerramos o ano com chave de ouro. Nada mais amazônico que o som do Trio Manari. Tivemos o prazer de retornar ao Teatro Waldemar Henrique, casa pela qual temos um imenso carinho e de extrema importância para o desenvolvimento profissional meu e de muitos colegas do meio musical. Com o TWH totalmente lotado, o Trio manari, acompanhado de Adelbert Carneiro(Baixo), Edgar Matos(Teclados), Esdras de Souza(Sax e flauta), Suelene, Fábio e Daniel aAraujo (vocais), encantou o público com temas amazônicos, contando ainda com a participação do baixista Ney Conceição. Uma verdadeira festa dos ritmos amazônicos, Parabéns, TRIO MANARÍ.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Edu Lobo

Foi com imenso prazer que aceitamos o convite para fazer o som do show do Edu Lobo em Belém. O Odorico fez o PA e eu o monitor. Na banda alguns antigos companheiros de outros trabalhos, como o maestro Cristovão Bastos (piano), com o qual já havíamos trabalhado com o mestre Paulinho da Viola e o saxofonista Mauro Senize com o qual já tive muitas oportunidades de realizar trabalhos no Projeto Pixinguinha (TP), com o Egberto Gismonti e no Teatro Margarida Schivasappa com o Grupo Cama de Gato. Tudo transcorreu de forma muito tranquila e o público, formado exclusivamente de "fas-de-carteirinha" , daqueles que cantam todas as músicas: Felicidade geral da nação!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A arte, os ténicos e o serviço público

Como poderemos ter técnicos de qualidade no serviço público, oferecendo salários de fome? É vergonhosa a proposta de se fazer um concurso público oferecendo um salário mínimo ou, no máximo um salário e meio, para uma função que requer conhecimentos específicos, conseguidos com muito esforço, pois na maioria dos casos, não existem cursos de formação a não ser, umas esporádicas oficinas. Temos um outro agravante: Os concursos ficaram emperrados por muito tempo. Foi muito conveniente pros governos (em todas as esferas) manter os funcionários temporários. Hoje , existe uma verdadeira febre de concursos em todo o país. As pessoas, carentes de renda, fazem quase todos que aparecem, ou seja: Muitos dos aprovados, ficam apenas por um breve período e assim que aprovados em concursos com uma melhor remuneração desistem do emprego mal-pago. A aprovação e o curto período exercendo a atividade servem apenas como curriculum. A péssima remuneração não atrai bons profissionais nem tampouco os segura no emprego. Para que estudar sobre princípios de eletricidade, freqüências, operação de mesas de som( ou de iluminação) complexas, nomenclaturas teatrais, enfim, ter um lastro cultural, se o salário é o mesmo, ou muito parecido com o de quem vai apenas pegar no cabo de uma vassoura, com todos o respeito aos profissionais de serviços gerais, que também são muito mal remunerados. Até quando vai perdurar tal situação. Será que os técnicos da nossa querida SEAD não conseguem atentar para detalhes tão óbvios? Até quando vão ignorar o quadro funcional efetivo e consultá-los sobre uma grade curricular atendendo as especificidades das demandas de cada setor que lida com os diversos segmentos da arte? Até quando eles vão ignorar que a parcela do funcionalismo público voltada para a arte tem suas especificidades e que deve se tratada de modo diferenciado em relação aos demais funcionários públicos. Até quando, senhores gestores?

domingo, 16 de novembro de 2008

Across the universe no TMS

A semana foi muito atribulada, porém frutífera. Tive o imenso prazer de trabalhar no espetáculo ACROSS THE UNIVERSE - produzido pela escola de línguas Cultura Inglesa, voltada para os apaixonados pela língua inglesa e mais que isso, para os Beatlemaníacos, como é o meu caso. Além do velho companheiro de guerra, o Jocimar, tive o prazer e o orgulho de trabalhar com dois dos meus filhos: O Felipe deu a maior força no som do monitor, o que resultou em segurança para que eu pudesse fazer o som do PA tranquilo, bem como conforto para os artistas. O espetáculo tinha várias intervenções de sonosplatia e nesse quesito, em especial, o trabalho do Matheus foi fundamental, ele não só se encarregou da sonoplastia, como foi o meu anjo da guarda com o roteiro, já que seria humanamente impossível um bom desempenho com tantas entradas e saidas gerenciadas por uma única pessoa. Fiquei muito feliz. Parabéns, meus filhos. A Direção do Across ficou a cargo do competentíssimo Paulo Fonseca, com coreografia do Fernando Alves, cenários do Faisca e a adaptação do roteiro foi feita pelo professor Henrique Malato. Parbéns equipe!

domingo, 2 de novembro de 2008

Teatro da Paz

Em 1980, a convite do então secretário Olavo Lira Maia, comecei a trabalhar na Secretária de Cultura, lotado no Teatro da Paz, Dirigido pelo nosso querido Maestro Waldemar Henrique, tendo como diretora adjunta a professora Guilhermina Nasser. O som do TP era precário, mesmo assim, ainda era um dos melhores do estado. Logo que entrei, o sistema recebeu algumas implementações, entre elas, uma mesa Gianinni de 20 canais. Era "fantástico". Eu nunca havia trabalhado com uma mesa de som tão grande na minha vida. O TP atendia uma infinidade de eventos, desde colações de grau até grandes espetáculos de dança, musicais e teatrais. Na época em que o Projeto Pixinginha acontecia de segunda a sexta às 18:30, quase sempre tínhamos outro espetáculo em cartaz às 21:00H. Depois de alguns anos, fui transferido para o Teatro Waldemar Henrique, porteriormente fui para o Museu da Imagem e do Som e finalmente para o Teatro Margarida Schivasappa. Ao longo dos anos sempre voltei ao TP, contratado por artistas amigos. Sempre foi um prazer imenso estar no "Casarão", relembrar histórias e estórias
rever os amigos e companheiros dessa longa estrada a serviço da cultura. Uma coisa sempre me incomodou muito: O comportamento do som quando amplificado dentro da sala mais que secular. Podia ser o melhor sistema da cidade, sempre ficava uma ponta de insatisfação. Ouvia-se deferentos sons em diferentes lugares da sala. Com o surgimento do LINE ARRAY, com as suas maravilhosas características de dispersão, finalmente, achei (ainda que em teoria) um sistema ideal para trabalhar no TP, projetando o som de uma forma coerente e uniforme pra grande maioria dos espaços onde se localizam os espectadores. Cheguei a incluir um sistema (DAS-Variant) num projeto idealizado pelo SIT- Sistema Integrado de Teatros. Infelizmente o projeto ainda não foi realizado. No último final de semana, fui contratado para operar o PA do show pesqueiro do Equador, do MAHRCO MONTEIRO. Para a felicidade geral, o sistema era um line array da DAS, empresa espanhola, a mesma fabricante do sistem que projetei parar o TP. Passei as dimensões da sala para que o pessoal da firma proprietária do sistema pudesse inserir no software, afim de definir a angulação correta das caixas e com um pequeno trabalho de alinhamento, pude trabalhar tranquilo. Pela primeira vez, em muitos anos, o som que eu ouvia na mesa de som era praticamente o mesmo ouvido pela platéia, varanda,frisas e camarotes. Parabéns pra todos nós. Só esperamos, que nossos teatro sejam reequipados com a máxima urgência. Nosso público e nossos artistas merecem bons sistemas de som.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Apropriação

Ontem eu recebi uma mensagem de um amigo, sobre uma lenda Cherokee. A mensagem foi aproveitada e nela foi introduzido um final (com foto)que não consta no original...

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de um montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo.Os insetos e cobras podem vir pica-lo.Ele pode estar com frio, fome e sede.O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente.. .Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é emovida.Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.
Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, "sentado ao nosso lado". Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.Moral da história:
Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele nao esteja conosco.Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.
Salmos 118.8
'É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.'
Então eu respondi...
A lenda é muito bonita, meu caro Artista do som. O povo que habitava as Américas, sem dúvida era muito sábio. Tinha uma cultura muito rica e diversificada. O branco chegou para estragar tudo: Introduziu a ferro e fogo(como na inquisição) os seus hábitos, sua cultura, suas doenças e seus vícios. Dizimou quase a totalidade dos nativos habitantes . Seja pela catequese dos católicos ou pelos missionários protestantes, o homem branco deturpou e ridicularizou a cultura nativa e suas divindades e introduziu o seu deus, na pólvora e no chicote e ainda tem a cara de pau de se aproveitar de uma lenda tão bonita... Já nosso irmãos africanos (também oprimidos) souberam coexistir pacificamente com a cultura indígena, como se pode observar nas religiões afro-descendentes, aquí no Brasil. A inclusão de vários elementos indígenas ( o índio pena-verde, ogum rompe mato, caboco tupinambá etc.) O domínio cultural precede(e sustenta) o domínio econômico...
Mas isso é papo de sociólogo...cada um enxerga do seu modo. Boa noite.
Valha-nos quem?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Meu grande amor

Simone Almeida (minha flor), como sempre, arrasou no seu último show no TMS. Destaque também, pra minha florzinha BEATRIZ, que além de cantar no coro infantil, cantou junto com a
mãe a música título do show. Orgulho total!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dignidade


Um primo meu, que é médico ortopedista e cirurgião, teve a casa assaltada numa sexta feira. Foram minutos de terror que pareceram uma eternidade. A dilacerante sensação de impotência piorou quando ele viu seu filho ameaçado com uma arma na cabeça. Além das perdas materiais, que não foram poucas, um terrível trauma para toda a família. Apesar de tudo, a vida tinha que continuar. Depois de acalmar a família e tomar providências para melhorar as condições de segurança de sua casa, ele retornou à sua rotina de plantões do final de semana. Num desses plantões, considerado o mais "barra-pesada", justamente o do PSM, na virada de domingo para a segunda-feira, ele teve que atender um caso grave . Um jovem , estava entre a vida e a morte: fora baleado num confronto com a polícia, e precisava ser operado com urgência. Ao iniciar os procedimentos clínicos que antecedem uma cirurgia ele pode constatar, que aquele jovem prostado em uma maca na sua frente era o mesmo que havia causado tanto pânico a sua família e que provalvelmente, teria enfrentada a polícia com a arma(ele é militar) que roubara de sua casa. Num esforço sobre-humano, dominou a sensação de raiva, tomou todos os procedimentos e operou o rapaz, salvando-lhe a vida. Grande atitude, parabéns, primo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Centro cultural na Amazônia


Quem é, de alguma forma antenado com o que acontece no meio cultural no Brasil, já percebeu que muitas instituições fazem questão de ter seu nome ligado a algum tipo de atividade cultural. Muitos espaços que eram dedicados a apresentações musicais, como o Metropolitan, no Rio e o Palace em São Paulo, tiveram seus nomes mudados depois de incorporados de alguma forma a oparadoras de telefonia ou instituições financeiras. Poderíamos pensar: _ Tudo bem, é mais um paradigma do marketing que hoje impera... Se de alguma forma elas querem agregar valor às sua marcas, atrelando-os a algum tipo de atividade cultural, ainda que sem maior aprofundamento, sem um compromisso maior com a sociedade brasileira como um todo, é problema delas...afinal são empresas privadas, não teriam, digamos, obrigação, embora, tenhamos também, instituições privadas, com um grau de comprometimento com a causa cultural muito bom e com (pelo menos em parte) uma relativa democratização de seus editais e concursos. Se formos olhar o lado das ditas "empresas mixtas", onde boa parte do dinheiro é nossa, do contribuinte brasileiro, e se não esquecermos que o Brasil é formado por 26 estados federados e um distrito federal, a coisa não difere muito do que vem sendo feito pela iniciativa privada.
Vejamos algumas: O Centro cultural Banco do Brasil abrange Brasília, Rio e São Paulo . É reividicada a criação de um CCBB em Recife. Na Amazônia, NADA... O seu grande evento nacional, o Circuito Cultural Banco do Brasil, paga (quando paga) cachês quase miseráveis para atrações locais, enquanto viaja com "estrelas" do cenário nacional, com cachês bem gordinhos. A Caixa Econômica tem centros culturais no Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Brasília, apoiou algumas reformas de espaços, instituindo um centro cultural em Salvador. Dizem ter verbas aprovadas para criar centros culturais em Fortaleza, Recife e Porto Alegre. Na Amazônia, NADA.
Será que a força cultural da Amazônia ainda não foi percebida pelo tais dirigentes dessas instituições, ou, pelo menos dos gestores da área de cultura dessas instituições? Será que eles desconfiam que embaixo dessa floresta, que todos dizem ser um patrimônio da humanidade, também existe um patrimônio cultural de uma diversidade imensa? Seriam eles cegos, surdos? O centavo do suor do contribuinte da Amazônia vale menos que o centavo do contribuinte de outras regiões? Mesmo instituições que heroicamente impulsionavam a cultura da região, como o nosso glorioso Banco da Amazônia, estão sumidos do mapa... E as grandes mineradoras, que tanto se beneficiam das nossas riquezas . A parcela de investimentos na área cultural é infima, diante do imenso lucro que a Amazônia lhes gera. Seria muito bom termos um centro cultural em Marabá, construido pela mineradora que tanto lucra com a região do sul do Pará. Já pensou se o Banco da Amazônia construisse centros culturais em Rio Branco, Porto Velho, Santarém, Boa Vista e um centro voltado para a cultura negra do Amapá com verbas Federais? E se Manaus recebesse um centro Cultural beneficiada pelos barões do polo industrial e da zona franca?
Vou sonhando, que um dia essa realidade muda...
enquanto isso, na Amazônia, NADA! Valha-nos que?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Citação - Na Pauliceia lembrei de Oswald de Andrade


...Tupi, or not tupi that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vitor Ramil na FEira do Livro

Após a pauleira do SE RASGUN NO ROCK, um momento relax. O nosso querido Vítor Ramil nos brindou com uma apresentação e um bate-papo literário. Ele veio a Belém, a convite da SECULT para Feira do Livro para lançar o livro SATOLEP. Um público muito grande prestigiou o evento, que infelizmente tinha limitação de horário, pois tudo estava tão agradável, que poderia entrar pela madrugada...

III Festival SE RASGUN NO ROCK

As opiniões que emitirei são extremamente pessoais e apenas de uma parte da III edição do Festival SE RASGUN NO ROCK : A que eu pude ver e ouvir. Me sinto muito feliz e orgulhoso de ter participado desde a primeira edição. Seja operando o PA do palco menor, seja fazendo o monitor ou PA do palco maior. Ainda lembro, de forma muito feliz, a porrada de som que tirei no palco da BAÍTO(no Parque), bem como da porrada que foi o NASHIVILLE PUSSY no palco principal, ano passado. Na terceira edição, na sexta feira, o MINI BOX LUNAR, banda de Macapá me chamou a atenção. Um clima de “flower Power” , com vocais delicados com cara de final dos 60, começo dos 70, vez por outra até lembrado o Pato Fu, da também amapaense Fernanda Takay. Avançando mais noite adentro, a CANASTRA, banda carioca, arrasou. Numa viagem que passeia pelo mundo do Swing,samba,western e também do mestre Morricone. O apce da apresentação foi uma versão divertidíssima para a clássica IN THE MOOD e também os malabarismos do EDU VILAMAIOR com o seu baixo acústico branco. Depois veio a consagrada PLEBE RUDE, com o auxílio luxuoso do CLEMENTE (ex- INOCENTES). Philippe Seabra falou das férias que já passou no Pará, da sua aversão pela MANIÇOBA e lembrou, saudoso do grande show realizado há mais de 20 anos no ginásio da Escola Superior de Educação Física. Coisas do destino: Eu estava lá, fazendo o som, com o equipamento do Bento Maravilha. No sábado, a banda carioca DO AMOR foi a primeira a chamar a atenção, numa tentativa de tocar carimbó, meio misturado com o boi,(mais ou menos como os gringos fazem com samba e rumba ), porém, não existia a pretensão da tentativa da swingada original. A coisa era intencionalmente estilizada, porém, cheia de bom humor e boas intensões. Outra grata surpresa, foi a banda MANACÁ, também do RIO. Uma salada boa do inspirações de bandas consagradas, com alma de MPB e até lembrando em alguns momentos, o grupo Português MADREDEUS . Destaque para a performática (e excelente cantora) LETICIA PERSILES , uma bela grávida, com uma bela tatuagem, que distribuiu rosas ao final da apresentação. A grande alegria ficou por conta dos suecos SHOUT OUT LOUDS, banda que tem tido uma presença marcante nos festivais em toda a Europa, e iniciou por Belém uma breve temporada nas terras brasilis. O grupo ficou bastante conhecido no Brasil, ao ter uma de suas músicas usada no comercial do FIAT PUNTO. O som dos caras lembra muito o U2 e o THE CURE. Tem ao mesmo tempo “pegada” e sutileza. Do carismático ADAM OLENIUS à tímida tecladista BEBBAN STENBORG, a banda esbanja simpatia e proporcionou , para mim, o show mais agradável do SE RASGUN III. Para fechar a noite de Sábado, tivemos a banda AUTORAMAS, ROCK’NROLL puro, porrada. Para delírio do meu amigo RUDÁ NUNES, produtor lá de Macapá, e também pai do GABRIEL, a banda sentou a peia! Não deixou pedra sobe pedra. Mesmo com todas as dificuldades, parabéns MARCEL, GUSTAVO, AZUL e toda a equipe . VIDA LONGA PARA O ROCK!

domingo, 14 de setembro de 2008

Baixaria e roubo


Além do baixíssimo nível de criatividade na campanha política , temos que nos deparar com as famigeradas paródias ou versões. Quase sempre, tão ridículas quanto, ou até mais que as originais, já que as escolhidas quase sempre são músicas de popularidade imensa e gosto mais duvidoso ainda. Será que um candidato que começa roubando músicas, deixando de pagar os compositores e toda uma cadeia produtiva gerada por um jingle original ( músicos, intérpretes, estúdios, técnicos etc.), vai ser um político respeitador do direito alheio? Que tal os òrgãos de arrecadação de direitos autorais fazerem lobby junto ao TSE para que só sejam usadas versões autorizadas - que os candidatos que utilizem indevidamente a obra alheia (por pior que seja) sejam penalizados...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Casório

Há exatos 50 anos , meus pais casavam na Básilica de Nazaré. A recepção foi tudo de bom: Atravessaram a praça e juntamente com parentes e padrinhos, degustaram maravilhosos pastéis de queijo com caldo de cana. Tudo na maior simplicidade... Amo vocês!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vade retrum!

Acabo de ler a biografia do Beatles (de quase 1000 páginas) escrita pelo Bob Spitz, cheíssima de detalhes e que me aumentou consideravelmente a antipatia imensa que eu tinha pela Yoko, e olha que já não era pequena...