Fernando Dako
Passeio pelo mundo das artes, poesias, imagens das pessoas mais próximas e dos bastidores de eventos culturais.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Dezembro
Mais um ano chega ao seu final, Hora de fazer um balanço... e como sempre, ficamos mais reflexivos, apesar da agitação, conseguimos ficar mais amorosos, como se ganhássemos uma percepção extra, nas nossas relações com o próximo. Dezembro, mês de ganhos e perdas. Quantos presentes o papai Noel me trouxe, quantos ele deixou de me dar, causando algumas frustrações nesse pouco mais de meio século da minha existência? Quantos amigos que estavam distantes reapareceram ? Quantas pessoas queridas se foram e/ ou voltaram nesse período? Ontem, dia 10 de dezembro, uma noite linda, como uma lua em quarto crescente. Um belo presente pros amantes da MPB mais próxima do Pop e do Rock. Zeca Baleiro e Nando Reis no show de natal do Hangar Centro de Convenções em Belém. Além da sua proximidade com o Rock ,Zeca, como sempre fez, confessou mais uma vez a sua proximidade e admiração pela música paraense. Desfilou citações indo de Pinduca a Alípio Martins. O presente extra no show do Zeca é o guitarrista Tuco Marcondes, sempre com um maravilhoso senso de colocação, sempre com o acorde certo no lugar certo, sem exagero de notas ou acordes tronchos, e a frase certa e precisa no lugar certo, tocante em todos os sentidos.
Num dia 10 de dezembro , também, adentrou o palco do Hangar, um certo Nando Reis, repleto de magia e encantamento, pela data tão especial. Mesmo com todo o cansaço da maratona de shows realizados durante o ano e da quase afonia. Nando lembrou que, há exatos 48 anos, o mundo também recebia um presente: Nascia a Nossa querida Cássia Eller, que nos presenteou, em sua breve vida, com belíssimas interpretações. Nando conclamou todos a participar da celebração, cujo feedback aconteceu de imediato. Em conjunto com a lua e uma imensa árvore secular(Samaumeira), Ele consegui conectar todos, num imenso coro. A emoção transbordou, quando numa música que havia sido gravada pela Cássia, recebemos o auxílio luxuoso do Fernando Nunes, que havia tocado com o Zeca Baleiro, e que permaneceu no hangar. De repente, Nando se viu com o Walter Vilaça (guitarra) à sua direta e Fernando Nunes (Baixo), com ambos ele havia participado da gravação do DVD da moça, que naquela ocasião, ocupava o centro do palco... nesse dia , em especial, ela se escondia em alguma das milhões de estrelas que reluziam no céu..... definitivamente uma noite iluminada!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
SERIEDADE?!?
O Brasil é mesmo cheio de surpresas. Talvez, Charles de Gaulle tivesse razão ao afirmar que não somos um país sério. Ao mesmo tempo em que parecemos evoluir em algumas situações, parecendo politicamente correto, em outras, demostramos um imenso atraso e uma grande falta de consciência. Causou uma imensa alegria o expurgo feito com algumas velhas raposas da política nacional nas últimas eleições. Ao mesmo tempo, por ignorância, ou por pirraça, o estado mais rico do Brasil escolheu um palhaço semi-analfabeto para ser o seu representante mais votado na câmara federal. Há alguns anos uma imensa operação da Polícia Federal descobriu e prendeu um banqueiro por suas "jogadas" fraudulentas, inclusive, com uma nobre recusa de uma propina milionária na ocasião de uma prisão. O Banqueiro ficou preso por um curtíssimo período. Recentemente o delegado que liderou a operação foi condenado pela justiça a pegar uma pesada multa e perder o seu cargo... valha-nos quem?!?
sábado, 3 de julho de 2010
Copa do mundo
domingo, 27 de junho de 2010
Até quando o futebol vai continuar, em nome de um romantismo imbecil, sendo atropelado pelas trapalhadas de algumas arbitragens equivocadas? Até quando teremos gols com “La mano de dios”... bolas que entram no gol por mais de um palmo, e escapam da marcação dos juízes, bolas que não entraram e eles confirmam o gol. Até quando teremos que esperar que algumas copas depois, a “justiça divina” se faça presente, como foi o caso do título da Inglaterra em 1966 e a sua eliminação na copa de 2010?
Hoje, em todas as instâncias, a justiça é auxiliada com provas, utilizando todos os recursos materiais possíveis: fotos, vídeos, chips , enfim: A evolução da ciência atuando em benefício do esclarecimento, da busca da verdade, beneficiando os homens de boas intenções, em detrimentos dos mal intencionados, dos que se utilizam de artifícios para tentar burlar os regulamentos estabelecidos.
Um time leva quase quatro anos para ser formado, lutando muito, suando muito. O sacrifício quase sempre é parte do caminho para a glória. Algumas vezes, toda essa luta, todo esse sacrifício se esvai, simplesmente, porque a condição humana, de seres que acreditamos ser bem intencionados torna-se incapaz momentaneamente de julgar corretamente, devido às suas limitações. Que romantismo existe em você treinar exaustivamente, fazer todo um trabalho de motivação, de mobilizar nações e todo esse esforço ficar sujeito a um possível erro de arbitragem?
É simplesmente incompreensível , que os dirigentes do futebol mundial ainda queiram viver na idade da pedra, em nome de um romantismo idiota!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
18 de junho - mais um dia
Mais um dia... Não um dia qualquer, mas um dia especial, como todos, já que eles nunca se repetem. A alusão a data é uma referência nossa, para que possamos manter viva uma lembrança, para que possamos comemorar algo... Assim, 18 de junho nos trouxe um dos gênios da música: James Paul McCartney, que por décadas tem feito a nossa alegria, com suas eternas canções. Essa mesma data nos levou, hoje, José Saramago. Um herói da nossa língua, o único escritor de língua portuguesa a receber um Prêmio Nobel. Fico feliz em saber que ele se tornou imortal, pela obra que escreveu. Não vai passar para a vida eterna, não vai para o paraíso ser recebido por setenta virgens. Seu corpo vai ser cremado, suas cinzas espalhadas no lugar onde ele nasceu...
Algumas citações de José Saramago:
"No fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras duras, mas há que dizê-las."
"Para mim, a Bíblia é um livro. Importante, sem dúvida, mas um livro."
"Penso que não merecemos a vida, penso que as religiões foram e continuam a ser instrumentos de domínio e morte."
"Deus, o diabo, o bom, o ruim, tudo está na nossa cabeça, não no céu ou no inferno, que também inventamos. Não percebemos que, tendo inventado Deus, imediatamente nos escravizamos a ele."
“A Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldades...”
“O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.”
“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.”
"Não tenhamos pressa. Mas não percamos tempo."
"A lucidez é um luxo que nem todos se podem permitir."
"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não."
"O único progresso verdadeiro é o progresso moral. O resto é simplesmente ter mais ou menos bens."
"Se começássemos a dizer claramente que a democracia é uma piada, um engano, uma fachada, uma falácia e uma mentira, talvez pudéssemos nos entender melhor."
"É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido."
"Vá cada um aonde possa pelos seus próprios meios: guias e gurus são más companhias."
“Que seria de nós se não sonhássemos?"
“O homem deixou de respeitar a si mesmo quando perdeu o respeito por seu semelhante”.
sábado, 24 de abril de 2010
Brasília e eu
Brasília me persegue: mal eu faço aniversário e logo ela vem e empata comigo. Assim, chegamos nós, aos cinqüenta anos. Alguns desses anos de vida, mais precisamente na minha adolescência, eu passei na capital. Foram dias muitos felizes nessa verdadeira babel dos nossos tempos. Pude fazer parte e testemunhar a salada de culturas, a mistura de sotaques nos seus mínimos detalhes: desde a simples brincadeira de bolinhas- de- gude, passando pelas pipas, pelo bete, pela carniça, até figuras lendárias, já próprias do folclore local, como o famigerado “graminha”, um(ou vários) fiscal sem coração, que confiscava e muitas vezes furava as bolas dos peladeiros, que se atreviam em mostrar o talento futebolístico nas imensas e maravilhosas áreas verdes da cidade. Nós, os pretensos craques dos meados dos anos setenta, tínhamos um campeonato muito importante na cidade. O futebol dente-de-leite podia ser assistido na TV. Sempre aos sábados um programa apresentava um compacto com os melhores lances de várias partidas, para delírio dos atletas e de seus pais babões...
Nesse período, Brasília ainda não tinha revelado uma produção musical própria, porém, já demonstrava uma personalidade, um bom gosto musical naquilo que consumia, com uma cara roqueira, cosmopolita, jovem e moderna . Assim, pudemos Assistir aos Secos e Molhados, Carlos Santana, Jackson Five ...Ouvíamos rádio (ainda AM)trocávamos revistas e fitas cassete: Slade, Novos Baianos,Black Sabbath,Gil, Caetano, Pink Floyd, Chico Buarque, Diana Ross, Marvin Gaye, Yes,Supremes e muitos outros. Já no começo dos oitenta, a qualidade do som melhorou bastante, com a chegada das FM. Até hoje, quando piso na cidade, sempre vem na lembrança a música “Alto astral”, da Cor-do-Som, misturada com o cheiro do café que a minha mãe fazia, e o cheiro próprio das manhãs brasilienses. Simplesmente inesquecível! Também nos anos oitenta, essa geração que já tinha um gosto e percepção mais antenados, passa a ter vida expressão próprias. Assim começam a despontar o Aborto Elétrico, que mais tarde viria a dar origem a Legião Urbana e Capital Inicial, a Plebe Rude, O grupo “Cabeças”,Paralamas do Sucesso, Oswaldo Montenegro, Cássia Eller, Zélia Duncan e mais recentemente o genial chorão Hamilton de Holanda e o rapper Gog. Vale ressaltar, que, como eu, a esmagadora maioria dos citados, não é composta de candangos nativos, e sim, de pessoas que, de alguma forma, adotaram,(e/ou) foram adotados e passaram a amar a cidade. Apesar das mazelas, das diferenças sociais, da robalheira, dos conchavos e maracutaias... Vida longa, Duque catorze, minha querida quadra. Vida Longa Brasília!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Theatro da paz
Ontem, tive o prazer de trabalhar no nosso querido "casarão", como nós, os que lá trabalharam ou ainda trabalham, chamamos o THEATRO DA PAZ. Comecei a minha carreira profissional no estado, a convite do então secretário de cultura, Olavo Lira Maia. No dia 01 de Junho de 1980, eu ingressava no quadro de funcionários do TP. Lá, tive a oportunidade de trabalhar em grandes espetáculos, com alguns dos meus ídolos, com algumas das referência da boa música popular(e até erudita) brasileira, nomes importantes do teatro e da dança. Artistas como o grupo vocal BOCA LIVRE, EDU LOBO, EGBERTO GISMONTI,JOÃO BOSCO,SEBASTIÃO TAPAJÓS, NILSON CHAVES, FAFÄ DE BELÉM, FLÁVIO VENTURINI, OLIVIA BYNGTON, RADAMÉS GNATALLI, ELZA SOARES, ELBA RAMALHO, PAULO AUTRAN , BERTA LORAN, BALLET STAGIUM e muitos outros, que sempre evidenciaram um alto grau de qualidade artística aos seus trabalhos. Pois bem. Quase trinta anos passados, o TP sofreu algumas reformas, a qualidade da música ouvidas nas esquinas de Belém sofreu uma imensa degradação. A grande maioria da população tem consumido uma música baixíssimo nível. AS melodias são paupérrimas e repetitivas, as harmonias, nem se fala. As letras ... ah, as letras fazem tremer no túmulo os nossos mestres da literatura já falecidos e quase matam os ainda vivos. Não se trata de ERUDIÇÃO X SIMPLICIDADE, pois temos em todo o estado, uma imensa riqueza cultural, produzida com uma linguagem simples e direta, como no caso da obra dos nossos mestres LUCINDO, VEREQUETE, PINDUCA, WALDEMAR, IZOCA,NILSON CHAVES, VITAL LIMA, MESTRES DAS GUITARRADAS e muitos outros...
Recentemente um programa de televisão resolveu comemorar aniversário, justamente nas proximidades do THEATRO DA PAZ, tendo a sua imagem como plano de fundo, valorizando a tal música avessa ao padrão de qualidade que sempre foi marca do TP e o que é pior, despejando uma grande quantidade de decibéis que sabemos ser prejudicial para um prédio antigo, tombado pelo patrimônio nacional. É como se, inconscientemente, a má qualidade artística arranjasse uma forma de de se vingar...nós não entramos aí, estamos aquí, do lado de fora, mas vamos te abalar...Passados alguns dias. nos deparamos com a notícia do desabamento do forro da entrada do TP. Coincidência? pode ser...apenas penso, que como bons paraenses deveríamos zelar mais pelo nosso patrimônio histórico e ter mais consciência da riqueza da nossa produção cultural...
Onde andará a nossa consciência?
ELA TÁ BEBA DOIDA, ELA TÁ BEBA DOIDA...
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Desde o governo FHC que o projeto para reequipar a Força Aérea Brasileira vem rolando. Nosso antigo mandatário empurrou o projeto FX-1 com a barriga para o seu sucessor. Nossos velhos Mirage III, adquiridos da França atingiram o seu tempo de vida útil, alguns servindo até como almoxarifado, para a reposição de peças dos últimos que ainda conseguiam voar. Numa ação quase desesperada, a FAB acabou pro comprar alguns Mirage 2000, como uma espécie de “caça-tampão” , enquanto o projeto FX-2 (como passou a ser chamada) não era concluído, o planalto central não poderia ficar sem vetores de defesa. Ainda não era o esperado, mas, já era um progresso em relação ao que tínhamos. Juntamente com alguns F5E-BR (antigos caças americanos modernizados) nossa força passava a ingressar no tão falado combate BVR ( além do alcance visual) , onde o míssil é disparado sem que o seu opositor esteja visível a olho nu, sendo detectado apenas pelo radar.
Pouco antes da conclusão dos oficiais da FAB, prevista para outubro, o Presidente Lula, diante do francês Nicola Sarcozi, num palanque, no dia da independência, ele anunciou um acordo estratégico com a França, onde o Brasil compraria a caça francês Rafale e alguns submarinos e em troca os franceses seriam bastantes generosos na transferência de tecnologia e ainda comprariam algumas unidade do avião de transporte militar KC-390, ainda na fase de projeto, concebido pela Embraer. Um “golpe de mestre” segundo alguns observadores mais apressadinhos. Já que os Estados Unidos boicotam sistematicamente as pretenções do Brasil de uma cadeira no conselho de segurança da ONU, nada mal seria uma aliança estratégica com uma potência européia. Tal alarde gerou alguns benefícios: As propostas dos outros concorrentes ficaram ainda mais generosas...
Passado o alarde e as criticas positivas e negativas restava a avaliação técnica da Força Aérea, comenta-se que escolhido pelo presidente não foi eleito na avaliação inicial da FAB, levando-se em conta diversos aspectos, inclusive o off-set. Eis o impasse. É claro que a palavra final é do Sr. Presidente, reforçada pelo seu ministro da defesa – A decisão é política!
Não podemos esquecer a história, nossa velha aliada. Dois dos nossos proponentes, já são tradicionais fornecedores de armas para o Brasil. Os americanos com o maior volume de vendas, na maioria, fornecendo-nos equipamentos de segunda linha, já sem uso nas suas forças. Alem disso, a venda de mísseis de primeira linha sempre foi sujeita a vetos e liberações do congresso americano, conforme o vento dos seus interesses. Justiça seja feita: Todos os acordos e contratos assinados foram cumpridos e honrados. Outra vantagem: O caça que nos é oferecido, é hoje o caça de primeira linha da US Navy, funcionando muito bem, comprovadamente na aviação embarcada, o que seria também benéfico para equipar futuramente a nossa Marinha, trazendo muitas vantagens como um intercâmbio entre a MB e a FAB, como manutenção, simuladores, treinamento etc. Alem disso, os manuais de procedimentos e a documentação fornecida pelos americanos é bastante completa sobre o equipamento fornecido.
Os franceses nos forneceram os Mirage III e agora os Mirage 2000.
Os oficiais mais antigos da Força sabem muito bem das dificuldades dos acordos com os franceses. Foram quase trinta anos de sofrimento com manutenção, armas e peças de reposição para os Mirage III. Felizmente, pouco precisamos deles, alem do evento da invasão do espaço aéreo brasileiro por um avião de transporte cubano, a caminho de Buenos Aires, brilhantemente interceptado por caças da FAB, mesmo com um deles apresentando problemas. A documentação técnica e os manuais de procedimento fornecidos até então sempre foram um tanto superficiais e incompletos. O caça francês oferecido, não só tem o preço mais caro, como também o custo de manutenção e a hora voada mais caros dos três concorrentes ao projeto FX-2. Ou seja: uma fortuna para comprar e uma fortuna para manter.
O concorrente sueco, o Gripen-NG, ainda está em projeto, embora o seu antecessor tenha sido um sucesso. Alguns torcem o nariz para o fato da versão NG ainda ser projeto, sem ter voado. Outros acham tal condição vantajosa, pois poderíamos participar efetivamente ainda na fase inicial de realização do projeto, aumentando o nosso conhecimento e participação em decisões. O fato da Suécia ser um pais que sempre manteve uma certa independência, também é tranqüilizador, com relação a embargos de armas e componentes, embora o Gripen também use mísseis americanos. Alguns críticos do Gripen-NG torcem o nariz para o fato de ele ser monomotor, outros vêem o fator monomotor como uma vantagem- o consumo de combustível é menor, o que contribui, alem de outros fatores, pela a diminuição do custo de hora voada, bem como a manutenção de custo mais baixo.
Até então sabíamos que os três aviões supriam os requisitos da FAB, que a decisão final seria no off-set, ou seja, a transferência de tecnologia e participação no projeto de construção, adaptação e montagem...Agora vêm a tal da “decisão política”- hora de tomada de uma decisão bem pensada, os subsídios estão aí. Bon apetit Presidente!
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Michael Jackson
O dia quatro passou como uma tormenta. Eu via os meus amigos saindo cedo da “Duque quartorze” , nossa querida super quadra em Brasília, as meninas com as sua melhores roupas, visual caprichado. A marmanjada, todos arrumadinhos, com seus inseparáveis KICHUTES, seus jeans US TOP, ou suas calças de cetim. Com certeza, levando mais uns trocados no bolso para tomar um CRUSH. As mães faziam as últimas recomendações, algumas até da janela dos apartamentos mais baixos. Os pais mais cuidadosos e que tinham carro, levavam pessoalmente seus filhos e filhas pro dito show. Eu ali, embaixo do bloco, liso e desconsolado. Acho que todos foram, não sobrou ninguém (pelo menos visível) para conversar. Fiquei jogando uma partida de xadrez quase interminável, comigo mesmo e o tempo foi passando. O zelador do bloco, um nordestino rabugento ouvia um poderoso rádio TRANSGLOBE , igual ao da minha mãe. Como para aumentar o meu martírio, só tocava preciosidades: ABC,Ben, Music and Me, Got you be there... Ao mesmo tempo em que eram músicas extremamente prazerosas de se ouvir, aumentavam a minha angústia – I’D LIKE TO BE THERE! De repente, uma notícia extraordinária: O equipamento do conjunto Jackson Five embarcou com muito atraso no Rio de Janeiro...(eu dei um pulo , que desarrumou o tabuleiro )... o show de Brasília seria realizado no dia seguinte, às dezoito horas, e o mais importante - de portões abertos... Comecei a dar saltos cada vez maiores e socos no ar, como o Pelé, quando comemorava os seus gols. E olha que ainda teria uma boa grana para os refrigerantes e sanduiches... O zelador não entendeu nada, mas, acho que gostou da minha mudança de humor, que até me ajudou a catar as peças do jogo de xadrez. Mais tarde, fiquei olhando da janela do apartamento a chegada da turma. Eles ainda estavam confusos sobre os acontecimentos. Havia dúvida se no dia seguinte eles teriam apenas o seu dinheirinho na poupança. Eu não falava nada. Simplesmente, fazia um sinal de positivo com o polegar e tinha uma única certeza: no outro dia, eu estaria lá muito cedo.
No dia seguinte, fiz uma coisa que eu nunca tinha feito na vida. Almocei as onze horas da manhã . Ao meio dia eu já estava no Ginásio de Esportes, que, naquela época, ainda nem se chamava Nilson Nelson. Os portões ainda nem estavam abertos oficialmente, mas, já havia algum tumulto e nós fomos tentar uma outra alternativa que pudesse garantir logo a nossa presença no evento: conseguimos pular a janela de um dos banheiros e depois de percorrer os labirintos internos do ginásio, garantimos um bom lugar. Não sei porquê, ainda assim houve atraso, o que aumentava a ansiedade de todos. Para descontrair, a turma entoava algumas paródias e motes, quase todos ofensivos ao pessoal da Asa Norte, que até então era minoria. Nunca me esqueci de uma que era mais ou menos assim: a turma da Asa Norte é que é legal/ só dá menina doida e marginal/ agora eu vou ficar na minha/ vou dançar macumba e jogar minha bolinha... é claro que havia uma outra versão bem mais pesada pra insuportável musiquinha gravada pela dupla Deni e Dino chamada Eu te amo meu Brasil. As brincadeiras já estavam se esgotando e a impaciência chegando quando finalmente apagaram as luzes do ginásio e então deu-se a mágica: luzes coloridas, um som muito mais poderoso que aquele amplificador gradiente lá do PREVI, que nós achávamos até então, o máximo. Os rapazes entraram no palco e uma gritaria ensurdecedora, que momentaneamente ofuscou aquelas toneladas de equipamento, bendito equipamento, que graças a sua permanência demorada no Rio, me permitiu estar ali, naquele momento. Eles começaram com algumas mais rápidas, guardaram as baladas mais conhecidas para o auge do show. Quando o Michael começou a cantar Ben, foi um festival de beijos. Até gente que nem se conhecia entrou na onda do beijo. Eu acabei não sendo premiado, pois estava rodeado de marmanjos, não tinha pelo menos uma feiosa por perto. Nesse dia nem fez muita falta, o fato de estar ali, naquele momento, era o que importava, a magia de um grande show. Mal eu sabia, que seria seduzido por ela pro resto da minha vida. Depois da tempestade, enfim veio a bonança. O meu anjo da guarda havia dado um jeito de me ajudar...
Hoje, me deparo com a morte do maior ídolo pop mundial. Sua vida passou por muitas transformações, ou melhor: nossas vidas passaram por muitas transformações. Nos anos oitenta, ele despontou com a carreira solo, produzido pelo também genial Quincy Jones.
Seus vídeo clips tornaram-se um divisor de águas e ajudaram definitivamente a estabelecer uma nova linguagem. Daí então, tudo dele tornou-se mega - as produções, de discos e clips, os shows, as transformações físicas, o assédio da imprensa, os escândalos...
Confesso que prefiro a fase inicial, quando ele ainda era negro e tinha uma voz doce, porém, reconheço a importância do trabalho solo, dentro de uma indústria na qual eu também passei a trabalhar. Esperamos, sinceramente, que essa alma supostamente atormentada encontre paz!
sábado, 25 de abril de 2009
Gilberto Gil
Turma do Som
sexta-feira, 27 de março de 2009
Bacana
domingo, 15 de fevereiro de 2009
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Trio Manari no Teatro W. Henrique
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Edu Lobo
terça-feira, 25 de novembro de 2008
A arte, os ténicos e o serviço público
domingo, 16 de novembro de 2008
Across the universe no TMS
domingo, 2 de novembro de 2008
Teatro da Paz
rever os amigos e companheiros dessa longa estrada a serviço da cultura. Uma coisa sempre me incomodou muito: O comportamento do som quando amplificado dentro da sala mais que secular. Podia ser o melhor sistema da cidade, sempre ficava uma ponta de insatisfação. Ouvia-se deferentos sons em diferentes lugares da sala. Com o surgimento do LINE ARRAY, com as suas maravilhosas características de dispersão, finalmente, achei (ainda que em teoria) um sistema ideal para trabalhar no TP, projetando o som de uma forma coerente e uniforme pra grande maioria dos espaços onde se localizam os espectadores. Cheguei a incluir um sistema (DAS-Variant) num projeto idealizado pelo SIT- Sistema Integrado de Teatros. Infelizmente o projeto ainda não foi realizado. No último final de semana, fui contratado para operar o PA do show pesqueiro do Equador, do MAHRCO MONTEIRO. Para a felicidade geral, o sistema era um line array da DAS, empresa espanhola, a mesma fabricante do sistem que projetei parar o TP. Passei as dimensões da sala para que o pessoal da firma proprietária do sistema pudesse inserir no software, afim de definir a angulação correta das caixas e com um pequeno trabalho de alinhamento, pude trabalhar tranquilo. Pela primeira vez, em muitos anos, o som que eu ouvia na mesa de som era praticamente o mesmo ouvido pela platéia, varanda,frisas e camarotes. Parabéns pra todos nós. Só esperamos, que nossos teatro sejam reequipados com a máxima urgência. Nosso público e nossos artistas merecem bons sistemas de som.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Apropriação
Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele nao esteja conosco.Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.
Salmos 118.8
'É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.'
Mas isso é papo de sociólogo...cada um enxerga do seu modo. Boa noite.
Valha-nos quem?
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Meu grande amor
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Dignidade
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Centro cultural na Amazônia
Vejamos algumas: O Centro cultural Banco do Brasil abrange Brasília, Rio e São Paulo . É reividicada a criação de um CCBB em Recife. Na Amazônia, NADA... O seu grande evento nacional, o Circuito Cultural Banco do Brasil, paga (quando paga) cachês quase miseráveis para atrações locais, enquanto viaja com "estrelas" do cenário nacional, com cachês bem gordinhos. A Caixa Econômica tem centros culturais no Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Brasília, apoiou algumas reformas de espaços, instituindo um centro cultural em Salvador. Dizem ter verbas aprovadas para criar centros culturais em Fortaleza, Recife e Porto Alegre. Na Amazônia, NADA.
Será que a força cultural da Amazônia ainda não foi percebida pelo tais dirigentes dessas instituições, ou, pelo menos dos gestores da área de cultura dessas instituições? Será que eles desconfiam que embaixo dessa floresta, que todos dizem ser um patrimônio da humanidade, também existe um patrimônio cultural de uma diversidade imensa? Seriam eles cegos, surdos? O centavo do suor do contribuinte da Amazônia vale menos que o centavo do contribuinte de outras regiões? Mesmo instituições que heroicamente impulsionavam a cultura da região, como o nosso glorioso Banco da Amazônia, estão sumidos do mapa... E as grandes mineradoras, que tanto se beneficiam das nossas riquezas . A parcela de investimentos na área cultural é infima, diante do imenso lucro que a Amazônia lhes gera. Seria muito bom termos um centro cultural em Marabá, construido pela mineradora que tanto lucra com a região do sul do Pará. Já pensou se o Banco da Amazônia construisse centros culturais em Rio Branco, Porto Velho, Santarém, Boa Vista e um centro voltado para a cultura negra do Amapá com verbas Federais? E se Manaus recebesse um centro Cultural beneficiada pelos barões do polo industrial e da zona franca?
Vou sonhando, que um dia essa realidade muda...
enquanto isso, na Amazônia, NADA! Valha-nos que?
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Citação - Na Pauliceia lembrei de Oswald de Andrade
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
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