domingo, 2 de novembro de 2008

Teatro da Paz

Em 1980, a convite do então secretário Olavo Lira Maia, comecei a trabalhar na Secretária de Cultura, lotado no Teatro da Paz, Dirigido pelo nosso querido Maestro Waldemar Henrique, tendo como diretora adjunta a professora Guilhermina Nasser. O som do TP era precário, mesmo assim, ainda era um dos melhores do estado. Logo que entrei, o sistema recebeu algumas implementações, entre elas, uma mesa Gianinni de 20 canais. Era "fantástico". Eu nunca havia trabalhado com uma mesa de som tão grande na minha vida. O TP atendia uma infinidade de eventos, desde colações de grau até grandes espetáculos de dança, musicais e teatrais. Na época em que o Projeto Pixinginha acontecia de segunda a sexta às 18:30, quase sempre tínhamos outro espetáculo em cartaz às 21:00H. Depois de alguns anos, fui transferido para o Teatro Waldemar Henrique, porteriormente fui para o Museu da Imagem e do Som e finalmente para o Teatro Margarida Schivasappa. Ao longo dos anos sempre voltei ao TP, contratado por artistas amigos. Sempre foi um prazer imenso estar no "Casarão", relembrar histórias e estórias
rever os amigos e companheiros dessa longa estrada a serviço da cultura. Uma coisa sempre me incomodou muito: O comportamento do som quando amplificado dentro da sala mais que secular. Podia ser o melhor sistema da cidade, sempre ficava uma ponta de insatisfação. Ouvia-se deferentos sons em diferentes lugares da sala. Com o surgimento do LINE ARRAY, com as suas maravilhosas características de dispersão, finalmente, achei (ainda que em teoria) um sistema ideal para trabalhar no TP, projetando o som de uma forma coerente e uniforme pra grande maioria dos espaços onde se localizam os espectadores. Cheguei a incluir um sistema (DAS-Variant) num projeto idealizado pelo SIT- Sistema Integrado de Teatros. Infelizmente o projeto ainda não foi realizado. No último final de semana, fui contratado para operar o PA do show pesqueiro do Equador, do MAHRCO MONTEIRO. Para a felicidade geral, o sistema era um line array da DAS, empresa espanhola, a mesma fabricante do sistem que projetei parar o TP. Passei as dimensões da sala para que o pessoal da firma proprietária do sistema pudesse inserir no software, afim de definir a angulação correta das caixas e com um pequeno trabalho de alinhamento, pude trabalhar tranquilo. Pela primeira vez, em muitos anos, o som que eu ouvia na mesa de som era praticamente o mesmo ouvido pela platéia, varanda,frisas e camarotes. Parabéns pra todos nós. Só esperamos, que nossos teatro sejam reequipados com a máxima urgência. Nosso público e nossos artistas merecem bons sistemas de som.

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